Consequências do Incesto e Abuso Sexual de Crianças
O abuso de crianças apresenta um desequilíbrio sistêmico na lei da hierarquia e na lei do equilíbrio (adulto dá / criança recebe) segundo Bert Hellinger.
A criança, por trás da dinâmica do incesto, é entregue como objeto de compensação de faltas e/ou emaranhado entre os pais adultos. Geralmente nessas dinâmicas, ambos os pais estão implicados. Não é uma regra, mas a experiência nos mostra o que Bert nos diz, que há um abusador ativo e num segundo plano, a ‘eminência parda’ passiva (a mãe ou cuidadora).
Quais são os passos que provocam a cura nesses casos?
- Ajudar a vítima abusada a sair da sua fragilidade infantil, e liberar sua culpa, encarando sua dor.
- Ajudar a que recupere sua dignidade e sua força, honrando seu destino e de todos os implicados.
- Reconhecer o ‘prazer na inocência da curiosidade infantil’ como um momento do desenvolvimento, apesar de antecipado.
- Reconhecer e liberar o ‘vínculo negativo’ entre a criança e o abusador (vítima-perpetuados). A indignação e recriminação aumentam o vínculo negativo e a culpa, recriando a dor e o desequilíbrio!
- Liberar a dor que se perpetua nos perpetuados!! Nesse instante, se dá ao autor do abuso um lugar na compaixão da vítima! E a vítima fica livre do vínculo negativo!
Esse ensinamento revolucionário que Bert Hellinger nos faz reconhecer, provoca toda a diferença!
Ao chegar nesse passo, todos os implicados se aliviam, pois o intrincado se dissolve. O relaxar da tensão dos corpos, sinalizam que se reinstalou o ‘fluxo da Vida’.
Nas dinâmicas trabalhadas aparecem diferentes emaranhados dos abusadores: loucura, deficiência mental, compensação pela alta incidência da morte no sistema.
Em todos os casos, a paz dos envolvidos e o restabelecimento do fluxo da Vida só foi possível, desfazendo o vínculo negativo e honrando o destino de todos os implicados. A indignação cede lugar à compaixão nos corações!
Graciela Rozenthal